terça-feira, 13 de abril de 2010

O Jogo e o Esporte


O Esporte

O que é mais importante? A técnica ou a pessoa? Modelar ou formar? A diciplina ou a participação? Domesticar ou educar? (Oliveira, Vitor Marinho)

Educar na Educação Física é somente ensinar esportes? Esporte é educação? São questões que temos que pensar!

Segundo Bracht; O esporte competitivo reflete uma série de valores de muita importância para sociedade. Desta forma o recrutamento para o esporte cumpre a função de integração social.

Através desta maneira de pensar, o esporte tem uma maquiagem social. A sociedade tem uma visão que o esporte educa. Sim o esporte pode ser muito importante para a educação, mas de que forma, apenas com eventos esportivos? Temos que ter cuidados a esse respeito.

Em um determinado evento que aconteceu na cidade de Guarulhos-SP, podemos notar ação social expressiva através do esporte. O evento era o fechamento do calendário de comemoração do mês das mulheres naquela cidade, cuja o nome é Corrida do Batom. Por uma visão social notamos uma forte e expressiva sociabilização, pois na prova só poderia participar mulheres, que a um tempo atrás era excluída da sociedade. Mas se a tempos atrás a mulher era excluída da sociedade e não participava de eventos desse tipo, hoje são os homens que estão sendo excluídos? Então isso não é sociabilização pois é algo fechado.

Podemos dizer que através do esporte pode ser considerado uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes, como condição alegada para a funcionalidade e desenvolvimento da sociedade. (Bracht,1986)

Neste evento era explicito o interesse da classe dominante, pois o prefeito da cidade estava presente junto de mulheres envolvida na política, como vereadoras e deputadas que representa a cidade. Todos fizeram discursos para se promoverem, aproveitando o evento que tinha um propósito de engrandecer o sexo feminino. Este evento reuniu mais de 5000 mulheres, fora as pessoas que estavam trabalhando.

E ai esporte é educação pensando desta maneira?

O jogo
De acordo com a autora Christianne Luce Gomes Werneck (Lazer, Recreação e Educação Física, 2003), o jogo colabora com o processo cultural do indivíduo, ou seja, canalizar a energia da criança para um exercício físico mais saudável na forma de recreação faz com que o processo de absorção cultural seja maior. Conforme Campagne (1886) a concepção de recreio relaciona-se com brincar e com o prazer, destacando os conceitos de recuperação, restabelecimento e regeneração que sua vivência proporciona, ou seja, que seu o desgaste físico que seu dia a dia proporciona. A palavra recreio então pode ser definida como uma compensação do excesso de esforço, ou por meio de desenvolvimento de jogos. Com base nessas definições, recreação no contexto escolar estabelece desde as primeiras décadas no século XX grandes vínculos com a Educação Física. Então, de acordo com Valter Bracht (Lazer, Recreação e Educação Física, 2003), é por essa via que se busca a aproximação da Educação Física e Lazer, sendo responsáveis por esta aproximação principalmente os conceitos e fenômenos do jogo lúdico, ou numa linguagem mais recente do lúdico, além da recreação. O lúdico é uma das essências da vida humana que constitui novas formas de usufruir a vida social muitas vezes marcada pelas emoções misturando sentimentos como alegrias e angústias, relaxamento e tensão, prazer e conflito, entre outras. O lúdico dessa forma valoriza o processo vivido e não apenas o produto alcançado. Mesmo que não se tenha alcançado o resultado favorável a sensação é de que a vivência valeu a pena, sendo mantido o desejo de repeti-la e de conquistar novos desafios, conforme Christianne Werneck.
Para finalizar Huizinga enfatiza que o mais simples raciocínio nos indica que a natureza poderia igualmente ter oferecido a suas criaturas todas essas uteis funções de descarga de energia excessivas, de distensão após um esforço, de preparação para as exigências da vida, de compensação de desejos insatisfeitos etc..., sob a forma de exercícios e reações puramente mecânicos. Mas não, ela nos deu a tensão, a alegria e o divertimento do jogo lúdico.
Como a realidade do jogo ultrapassa a esfera da vida humana, é impossível que tenha seu fundamento em qualquer elemento racional, pois nesse caso, limitar-se-ia à humanidade. A existência do jogo não está ligada a qualquer grau determinado de civilização, ou qualquer concepção do universo. Todo ser pensante é capaz de entender que o jogo á primeira vista possui uma realidade autônoma.
Pode ser considerada uma representação de arte.

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